NEURÓNIO FM: O regresso de Lana Del Rey

7:48:00 da tarde Unknown 0 Comments


No final de 2013, era eu colaboradora do Meia de Rock, com uma coluna semanal chamada "IndieU", em que escrevia sobre as minhas sonoridades preferidas, e em novembro desse ano, Lana Del Rey foi um dos meus alvos. Sou fã desde o primeiro álbum. Sem questionar. Só me importavam as letras, as melodias melancólicas, e a persona

É do conhecimento geral que a artista é, nem mais nem menos, do que um produto desenhado e trabalhado para ser um sucesso. E sabem que mais? Não me interessa nem um pouco. O produto final é... perfeito. Há quem argumente que não vale nada porque não é a própria a escrever e a compor as suas músicas, porque não é genuína na forma de ser. Não vale nada porque é falso. Não me faz qualquer confusão, ainda mais num mundo onde tudo nos é apresentado de forma perfeita, para ser desejado e invejado, para ser um sonho, para ser uma fantasia. E quem "criou" Lana Del Rey fez um excelente trabalho na elaboração deste imaginário.
Depois de quase dois anos de ausência, a artista está de volta com um novo single, chama-se "Love", e é tudo o que se espera de Lana Del Rey. A sonoridade nostálgica dos anos 50 e 60 continua presente, mas notei um ligeiro toque de "felicidade" na composição da letra, ao contrário de outros temas como "Born to die", ou até mesmo um "West Coast". Costumo dizer que um artista começa perder qualidade quando entra naquela fase da sua escrita em que tudo é cor de rosa, parece que tudo deixa de fazer sentido e já não nos revemos no "boneco". Não me sinto dessa forma em relação a "Love", porque, apesar de ter uma letra mais uplifting, a música continua carregada de algo que só consigo descrever como saudade. Não é triste nem alegre, mas toca.
Quem já teve oportunidade de ver um concerto ao vivo de Lana Del Rey sabe que o seu talento vocal é um tanto ou quanto duvidoso. Não é fácil manter aquelas notas e dar-lhes harmonia. Num estúdio, é algo que se consegue contornar, ao vivo, a história é outra. Mas não interessa porque todas as músicas da artista são autênticos hinos. São temas pensados para serem cantados e sentidos pela multidão. Sorte das sortes, Lana Del Rey tem verdadeiros fãs que sabem as músicas todas de cor, de trás para a frente, e de frente para trás. É comum vermos Del Rey cantar apenas o primeiro verso e deixar que a audiência leve depois o tema até ao fim. É bonito de se ver. Devo confessar que é algo que me emociona imenso ver uma multidão a cantar o "Videogames".
O vídeo do novo single é astronomicamente mágico, com bonitos planos de  uma juventude vivida numa era de amor em tons vintage que nos transporta para o fantástico de uma viagem interplanetária.


Tenho muitas expectativas em relação ao próximo álbum. Rumores, bruxarias e Donald Trump à parte, queria terminar como terminei o artigo do Meia de Rock. "É impossível ouvir estes temas e ficar indiferente ao saudoso e tórrido romance que nos é descrito. A perda de alguém que ainda não se foi. O medo de perder. A satisfação de ter tido. Morrer de felicidade por ter tido." Que venha o novo trabalho.

Se tiverem curiosidade em ler o artigo que escrevi para o Meia de Rock basta clicarem ->> AQUI!

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